Grupo teve experiência de um mês em comunidades sertanejas.
Jovens também desenvolveram projetos sociais junto com os moradores.
Um grupo de 12 estudantes brasileiros e estrangeiros, viveu um mês de imersão cultural e trabalho voluntário no sertão do Piauí. Os jovens, com idades entre 20 e 35 anos, fazem parte de uma escola de desenvolvimento comunitário localizada em Curitiba, Sul do país, e estavam desde o final de outubro em Acauã, Sul do estado.
Para o grupo, a vida no sertão foi uma verdadeira aventura, repleta de desafios e privações, mas também de muita emoção e aprendizados. É o que diz o publicitário capixaba Raphael Boamorte, 26 anos, que já viajou por vários países, mas ficou surpreso com a diversidade cultural do sertão piauiense.
“Às vezes buscamos ir longe daqui, conhecer novas culturas e costumes, quando bem do nosso lado há toda essa diversidade. Me chocou ver como pessoas vivem com tão pouco. Encontrei famílias de 11 pessoas que vivem com uma renda inferior a R$ 300. Mas aprendei muito com tudo isso. Essas pessoas, apesar de toda dificuldade, sem dúvida, são a melhor parte do sertão. Cada abraço apertado que recebi, cada experiência foram únicos", contou.
Dentre os desafios, o calor foi o mais relatado pelo grupo. A biotecnóloga tailandesa Yuwarin IngRaw, 33 anos, disse que apesar de morar em um país de clima tropical, nunca se deparou com temperaturas tão altas.
“O clima é muito quente. Eu nunca estive em um lugar tão quente como esse. E a dificuldade em achar água em pequenas comunidades me deixou ainda mais chocada, pois eu via as necessidades das pessoas nesse clima”, relatou.
Os estudantes foram recebidos por organizações não-governamentais que já realizam trabalhos de desenvolvimento comunitário na região de Acauã, e foram por elas encaminhados a alguns povoados da região, onde puderam ajudar de alguma forma, através de atividades comunitárias, como oficinas de alvenaria, construção de cisternas e aulas de artesanato.
O grupo se despede do Sertão, mas leva na memória as imagens de um local que, segundo eles, é cheio de riquezas, principalmente a sua gente. Para a administradora paraense, Stefany Gelak, a experiência foi tão marcante que ela resolveu retornar em 2017, mas desta vez para morar em Acauã.
“É um povo apaixonante que tem muito a ensinar. Com a minha profissão vou poder ajudá-los de alguma forma através das Ongs que já atuam por lá. A educação lá é bem fraca e vou poder ajudar nisso também. Quero ver o sertão mais desenvolvido e com menos desigualdade social”, disse.
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