Amanda Rossi
Na manhã deste domingo, a médica Marina Abreu Corradi Cruz dirigia apressada pelas estradas de terra do Parque do Cachoeira, zona rural de Brumadinho (MG). Três anos após atuar como voluntária na tragédia de Mariana, sua ajuda havia sido requisitada, o mais rápido possível, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro.
"Depois de tudo que a gente viveu em Mariana, é devastador vivenciar isso de novo em Brumadinho, de forma ainda mais grave ainda. Nesses três anos, participamos de mobilizações, a imprensa divulgou, lutamos. Mas Mariana está esquecida", diz Marina, que faz parte da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares.
O motivo da pressa de Marina, que mora em Betim (MG), era atender um chamado de urgência da coordenação de saúde de Brumadinho - onde, na última sexta-feira, se romperam as barragens de rejeitos de minério da mina Córrego do Feijão, da Vale, deixando cerca de 40 mortos e centenas de desaparecidos.