Da Messejana ao Centro, do Mucuripe ao Edson Queiroz, a índia Iracema, virgem dos lábios de mel de José de Alencar, faz parte não só do passado, mas do presente de Fortaleza. A protagonista da obra cearense homônima, que em 2018 completa 153 anos de publicação, é símbolo da história da Capital e de seu povo, originado a partir do romance entre a personagem e o português Martim Soares Moreno. Tamanha representatividade lhe rendeu status de ícone cultural da cidade e data própria no calendário municipal.
Dia 1º de maio é, desde 2011, Dia de Iracema. O marco, prevista na lei nº9.884/2011, foi criado para prestigiar a personagem, preservar sua memória e fomentar o desenvolvimento de ações que difundam sua narrativa. Conforme explica a professora Maria Ednilza Moreira, docente do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Ceará (UFC) e uma das idealizadores da legislação, a obra de José de Alencar mistura ficção e realidade para, a partir da história de Iracema, contar a história do Ceará.
“Iracema é ícone cultural porque foi o romance do tipo lenda que Alencar escreveu para tratar do mito de formação do povo cearense a partir dos índios, e depois com a chegada dos portugueses”, destaca. “Os nativos são representados por Iracema, que era fictícia, e os portugueses, por Martim Soares Moreno, que era real”, acrescenta Maria Ednilza, que também coordena o projeto de extensão da UFC “Iracema: um retrato de Fortaleza”.