Felipe Souza
Ajoelhadas, 600 pessoas se concentram em oração em uma igreja no centro de São Paulo. Mas em um dos pontos altos da missa, logo após a Eucaristia, uma sequência de rasantes acompanhados de arrulhos próximos aos ouvidos dos fiéis desviam os olhares e interrompem sua paz.
Uma situação descrita por testemunhas como "um verdadeiro inferno".
"Os pombos entravam aqui e faziam cocô em tudo. Ficavam voando na hora da missa. Eu xingava e até jogava bolinhas de papel para tentar espantá-los, mas eles faziam ninhos no alto e não saíam de jeito nenhum", disse Janete Thies, que trabalha como secretária na paróquia Nossa Senhora da Consolação, uma das mais tradicionais do centro de São Paulo.
Com álcool e um paninho em mãos, Thies passava parte de seu dia limpando penas, pedras e fezes dos bancos da igreja fundada há mais de 200 anos.
Mas há um mês, os pombos passaram a evitar a igreja como o Diabo foge da cruz. A razão, diz a paróquia: a adoção de uma técnica de hipnose.