- Brasília
Da Agência Brasil
O diretor-presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, disse hoje (22) que a recuperação do Rio Doce vai além da reparação dos danos do desastre de Mariana (MG). “Reparar todas as consequências do rompimento da barragem é uma coisa, vai de 5 a 10 anos. Recuperar do desastre silencioso dos últimos 100 anos de atividades ao longo do rio é outra, vai muito além”.
“O Rio Doce era um rio judiado no dia 4 de novembro [de 2015]. Recuperá-lo é redesenhar o equilíbrio entre a produção e a conservação e depende do engajamento da sociedade na implementação desse redesenho”, disse Waack. Ele participou hoje da sessão especial O desastre de Mariana - soluções sustentáveis para restaurar ecossistemas terrestres e fluviais, no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília.
No dia 5 de novembro de 2015, a barragem do Fundão, da mineradora Samarco, rompeu e causou o maior desastre ambiental da história do Brasil, com o despejo de 50 milhões de toneladas de resíduos de mineração no meio ambiente e a contaminação, com lama tóxica, de 500 quilômetros do Rio Doce. O desastre matou 19 pessoas e destruiu o distrito mineiro de Bento Rodrigues.
A Fundação Renova foi criada para gerir os trabalhos de recuperação do rio e das ações de compensação após o desastre. Ele é constituído de um comitê interfederativo, que monitora e dá o direcionamento técnico das ações de recuperação; de um conselho consultivo que conta com a participação de organizações sociais e acadêmicas e das pessoas diretamente atingidas pelo desastre; além de um painel de especialistas e uma auditoria independente.