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Nota: Para o município pernambucano, veja Camocim de São Félix.
Camocim é um município do estado do Ceará, Brasil. Localiza-se na microrregião do Litoral de Camocim e Acaraú, mesorregião do Noroeste Cearense. O município tem mais de 62 mil habitantes e 1158 km². É a terra do aviador Pinto Martins. É conhecido nacionalmente como um dos mais belos municípios cearenses.
Índice
[esconder]Etimologia[editar | editar código-fonte]
O topônimo camocim, cambucy, camucym ou camotim vem do Tupi Guarani e poder significar:
- 1. Buraco para enterrar defunto ou pote (vaso em geral), segundo Silveira Bueno;
- 2. A urna funerária dos indígenas, também chamada de igaçaba;
- 3 .Louça em geral segundo Gonçalves Dias.
Provavelmente o topônimo Camocim é uma alusão ao ritual funerário(enterro) dos Tremembés, que não praticavam a alvaro como diversos povos indígenas que viviam nas terras do Ceará.
Sua denominação original era Barra do Camocim e desde 1879, Camocim.
É costume os moradores desta cidade serem chamados de coró (peixe abundante na região), assim como os moradores do município de Granja são conhecidos como cangati.
História[editar | editar código-fonte]
A área na qual Camocim localiza-se é um território de uma rica história de intercâmbio e conflitos entre os povos indígenas nativos e os europeus, tais como os franceses, holandeses, ingleses e portugueses. Os franceses já negociavam, o chamado escambo, com os povos nativos dessa região antes mesmos das primeiras expedições portuguesas,[6].
Os primeiros habitantes foram os indígenas de várias etnias, tais como os Tremembé,[7][8], Tabajara, Jurema, Jenipaboaçu, Cambida,[9].
Os portugueses chegaram nestas bandas, a partir da segunda metade do Século XVI, com diversos intuitos: um reconhecimento completo da região a partir de Tutóia no Maranhão aos limites finais entre Ceará e Rio Grande do Norte ou como base de apoio para a ocupação do litoral, bem como base de apoio para confrontos militares com os franceses que ocupavam o Maranhão. Deste momento histórico existem várias cartas topográficas datadas dos séculos XVII[7], que já descrevem a barra do rio Camocim, que foi cartografada com o nome de Rio da Cruz[7]. Em 1604, Pero Coelho de Souza, passou nestas bandas com rumo a Ibiapaba e as batalhas contra os nativos que apoiaram os franceses e contas o franceses estabelecidos na região entre o Camocim e o Maranhão.
Depois da segunda metade do século XVII, depois da saídas dos neerlandeses do Brasil, os jesuítas tinham o Camocim como porto e porta de entrada para a Ibiapaba. Dessa época surgiu ainda por parte dos portugueses o projeto de construir o Forte em Camocim com a intenção de proteger os assentamentos portugueses dos ataques dos índios e impedir que outros povos europeus fizessem escambo com os nativos indígenas, porém este projeto não foi adiante. A região do Camocim era o centro de apoio para as ações militares e religiosas por parte dos portugueses.
A Barra do Camocim como núcleo urbano vai consolida-se com a transferência da Missão da Tabainha. Um empreendimento do padre Ascenço Gago, com o intuito de aldear os Tremembé e outras etnias.
A partir de 1792, chegam a Barra do Camocim, famílias oriundas de Tutoia, no Maranhão, as quais implementaram a agricultura e pecuária na região. Em 1868, foi criado o distrito policial e desta forma Camocim consolida-se como núcleo urbano.[10]
E o que vai definitivamente consolidar Camocim como centro urbano e econômico é a construção da Estrada de Ferro de Sobral-Camocim a partir de 1879[11] e do porto.