Dados são de estação meteorológica de universidade estadual na BA.
Era esperada ocorrência de trovoadas no período, o que não aconteceu.
A estiagem em Feira de Santana, cidade a 100km de Salvador, fez com que a média de chuvas dos meses da janeiro e fevereiro deste ano fosse cerca de 12 vezes menor do que o esperado. Segundo a Estação Meteorológica da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), nos primeiros meses do ano, deveria ter chovido cerca de 50 milímetros, mas choveu apenas quatro milímetros na cidade. Era esperada ocorrência de trovoadas durante o período, o que não ocorreu.
A coordenadora da estação, Rosângela Leão, diz que “geralmente não se espera muita chuva nesse período". Mas conforme a especialista, o que agravou foi a estiagem na região foi a ausência da chamada chuva de trovoada, que costuma ser intensa, chover muito em pouco tempo. Ainda assim, de acordo com Rosângela Leão, esse tipo de chuva não é bom para a agricultura.
Desde 2011, Feira de Santana decreta situação de emergência por conta da seca. A estiagem tem deixado um cenário preocupante para os agricultores da região e comunidades. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 64 mil pessoas moram na zona de rural do município, região onde há produção agrícola.
O produtor rural Fernando Leite mora na comunidade de Santa Bárbara, em Bonfim de Feira, distrito de Feira de Santana. A lavoura de mandioca que ele plantou em setembro do ano passado não vingou, porque segundo ele, não chove no local há mais de sete meses.
"Até os coqueiros estão morrendo, não tenho mais esperanças de recuperar a lavoura', reclama o agricultor, que integra uma comunidade onde moram aproximadamente 200 pessoas. Os moradores também reclamam do problema no abastecimento de água.
"Até os coqueiros estão morrendo, não tenho mais esperanças de recuperar a lavoura', reclama o agricultor, que integra uma comunidade onde moram aproximadamente 200 pessoas. Os moradores também reclamam do problema no abastecimento de água.
O lavrador José Paulo de Sena, por exemplo, conta que desde o início de dezembro do ano passado, não cai água da torneira de casa. Mesmo assim, a conta da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) continua chegando e a última foi quase R$ 88.
Para ter água em casa, muitos moradores andam aproximadamente 300 metros debaixo do sol forte. A água fica em uma fonte que está secando, com o líquido quase na cor verde. Os moradores usam para cozinhar, beber e lavar roupas. Eles reclamam que a última vez que um carro-pipa abasteceu a região foi há três meses.
O G1 tentou contato com a assessoria da Embasa em Feira de Santana, mas, até a publicação desta reportagem, as ligações não foram atendidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário