Para o agricultor, a água é a maior riqueza natural. Onde é escassa a maior parte do ano, se torna ainda mais preciosa. Não desperdiçar é regra, não somente para a sobrevivência humana, mas também para a produção no campo.
Seguindo esse raciocínio, o pequeno produtor rural Deusimar Cândido de Oliveira, 52, encontrou uma alternativa interessante para o reúso da água, que antes de chegar à irrigação das plantações, está sendo utilizada para a criação de peixes. Ele denomina a invenção como "De volta para o meu sertão". Quando as últimas nuvens carregadas foram desaparecendo no horizonte, no fechamento da quadra chuvosa deste ano, a única salvação para irrigação da plantação de mamão de Deusimar ficou no poço profundo perfurado no sítio.
Os pequenos açudes da localidade não acumularam água. Com vazão de 6 mil litros por hora, o poço passou a ser a única fonte de alimentação dos dois mil mamoeiros. Mas, quanto mais escassa a riqueza, mais valiosa se torna, encontrou essa maneira de multiplicá-la.
Usos múltiplos
Agora, a água não vai direto para o campo. Antes, é utilizada na criação de tilápia, uma espécie de peixe de água doce muito apreciada à mesa do nordestino. No processo, com a ração e as fezes dos cardumes confinados, fica rica em nutrientes para os vegetais. Além da multiplicação produtiva, na água e no solo, ele economiza na aquisição de adubos e até de defensores químicos para a plantação. Completando a cadeia de produção. Noutros dois tanques ele produz biofertilizantes.