Neste ano, tema da mobilização é "A vida não tem defeito", contra a liberação da interrupção da gravidez em caso de crianças anencéfalas ou com microcefalia
Fonte:DN/Cidade/FC
Cerca de três mil pessoas se reuniram na tarde deste sábado (7) e caminharam pela Avenida Beira Mar na nona edição da Marcha pela Vida Contra o Aborto. Os números são da organização do evento, do qual está à frente o Movimento pela Vida e Não Violência (Movida). A mobilização faz parte do calendário anual de eventos de Fortaleza e objetiva defender a vida desde a sua concepção.
Neste ano, com o tema "A vida não tem defeito", a caminhada visa divulgar e debater sobre as ações que tramitam acerca das leis que regem a prática do aborto no País. Para Fabiano Farias, um dos coordenadores do Movida, a mobilização vai além da marcha e se faz presente durante todo o ano, com o acompanhamento das decisões que são tomadas envolvendo a temática, conscientização e debate sobre a causa.
"Não é só caminhar por caminhar, mas trazer essas pessoas para a rua informadas, orientadas sobre a causa. Para a pessoa estar na rua, lutando por algo, nós temos que chegar com a informação dentro da casa dela, explicando o porquê de ela ir para a rua", explica Farias.
"Neste ano, nós focamos no tema 'A vida não tem defeito', porque tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) ações para liberar o aborto em caso de microcefalia, em caso de contaminação pelo zika vírus, e nós somos contrários a isso", destaca Farias. Em novembro de 2016, a 1ª Turma do STF considerou que o aborto, se praticado até o terceiro mês de gestação, não deveria se considerado crime.
A consideração se refere a um julgamento da revogação de prisão de detidos pela polícia do Rio de Janeiro em uma clínica clandestina de aborto, no Habeas Corpus 124.306/2016. Em contrapartida, a PEC 181/2015, criada para prever a extensão da licença-maternidade em caso de bebês prematuros, foi modificada pelo deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e pode criminalizar o aborto em casos de estupro, gestação de alto risco à mãe e em caso de fetos anencéfalos.
'Sem rótulos'
Com adeptos ao movimento oriundos das religiões católica, evangélica e do espiritismo, Farias destaca que "a defesa pela vida está acima de uma doutrina ou posição teológica". "Não defendemos uma doutrina católica, evangélica ou espírita, aqui não. Estamos todos unidos, em uma só voz, em defesa da vida, em uma única missão", diz.
Evangélica, a sacoleira Darli Queiroz concorda e acredita que, na defesa pela vida, todos se unem. "Aqui, não tem 'placa'. É todo mundo unido pela mesma causa, que é a vida. Abortar é assassinar, pra mim não há diferença entre assassinar um pai de família e um feto. É uma violência e violência estimula mais violência", defende.
O católico Ednardo Cordeiro, membro da pastoral familiar da Paróquia São João Paulo II, no Acaracuzinho, ressalta que a defesa pela vida é o que move todas as religiões a se unirem em um só movimento. "Como a marcha é pela vida, nossa ligação é esta. Nós temos a visão de que a vida é desde a concepção, então, neste momento, não é a religião que importa. A vida é mais importante. Depois cada um decide em qual religião fica", diz.
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