Em 2 de maio de 1841, por volta das dez horas da noite, o negociante Joaquim Francisco do Rego foi assassinado pelo seu escravo Sebastião, que lhe desfechou certeiramente uma forte facada no estômago, que deixou a vítima com um mortal ferimento de polegada e meia de comprimento. Joaquim era homem de posses em Sobral, sendo conhecido como “doutor Rego” por ter cursado até o terceiro ano da Academia de Direito em Pernambuco, seu estado natal.
Evidentemente que um crime como esse mereceu intensa atenção das autoridades. O juiz de paz Miguel Francisco do Monte convocou Luciano e Sabino, dois capitães do mato da região para a caça ao escravo Sebastião. Já um compadre e conterrâneo do falecido, o major Manuel Francisco de Moraes, pagou uma certa quantia para que o célebre rastejador Chico Sapateiro apoiasse com a sua capacidade de homem do mato os afamados “homens da lei”. O texto narra que os três homens ganharam os matos muito bem armados, certamente de punhais e armas de fogo de alma lisa. Palmilharam a região durante quatro dias até encontrarem Sebastião escondido na Lagoa das Pedras e trouxeram o fugitivo amarrado.