Ana Elisa Santana - Repórter da Agência Brasil
Ferramentas utilizadas pela sociedade para a comunicação, transporte, entretenimento e diversas outras atividades cotidianas têm se transformado rapidamente e hoje, com a ampliação dos serviços oferecidos por plataformas web e aplicativos, são muito diferentes do que eram há 10 ou 15 anos.
Segundo o pesquisador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) de Campinas Vinícius Garcia, por causa da influência da tecnologia, o mundo passa atualmente pela “terceira onda de transformação social”. Na primeira “onda”, houve a expansão em nível comercial das tecnologias, com o acesso gradativo a computadores, equipamentos digitais e à internet. Depois, com a chegada da tecnologia móvel (mobile), os cidadãos passaram a ter maior participação e protagonismo nas atividades tecnológicas. Agora, segundo Garcia, a internet das coisas se expande e é a vez dos objetos serem inseridos nesse contexto. Esses temas são foco de debates da primeira edição da Campus Party Brasília, que acontece até sábado (17) na capital.
De acordo com o pesquisador, a implantação da internet das coisas é fundamental para alcançar cidades inteligentes e humanas – conceito em que as localidades são digitalizadas não só pela instalação de tecnologias, mas pela integração de dados e informações em um sistema único. Esse cenário muda a percepção de paradigmas e a forma como são vistas as relações de trabalho, por exemplo. De acordo com o presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas (CIH), André Gomyde, a mais-valia gradativamente sai de cena para dar lugar à operação por máquinas em diversos serviços, o que traz novos desafios. “Cada vez menos teremos trabalho braçal e intelectual. Começamos a viver uma Era do Conhecimento, que passa a ser o grande capital. Este será o paradigma pelo qual teremos que lutar.”