De um lado está a fé que justifica o ato; do outro fica a preocupação com a preservação de árvores antigas
FONTE:DN/REGIONAL
por André Costa - Colaborador
Barbalha. No próximo sábado (28), terá início um dos mais tradicionais festejos religiosos do Nordeste: a festa de Santo Antônio, padroeiro deste Município, no Cariri cearense. O evento, que estima reunir mais de 600 mil pessoas, durante os 13 dias de programação, foi aberto oficialmente nessa sexta-feira (19), com o corte do pau da Bandeira. Para além do simbolismo que envolve a data, que representa, para os devotos, um dos momentos mais importantes da festa do Santo casamenteiro, surgiu nos últimos anos uma preocupação de ambientalistas quanto à necessidade de se cortar uma grande árvore a cada ano.
Dicotomia
Essa dicotomia entre a tradição secular e a preservação ambiental tem gerado debates e mexido com o imaginário popular. De um lado estão os devotos do padroeiro de Barbalha. Eles compreendem que o misticismo que representa o festejo, desde a escolha e corte do pau, ao cortejo, na data de encerramento, deve ser mantido. De outro, ambientalistas e pesquisadores, que analisam a prática do corte como danosa ao meio ambiente. O debate teve início há uma década quando, em maio de 2007, o doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Gilmar de Carvalho, afirmou ao Diário do Nordeste que o pau da bandeira poderia ser simbolizado de outra forma que não necessariamente o tronco de uma árvore.