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terça-feira, 1 de maio de 2018

O ICASA COMPLETA 55 ANOS COM MUITA DIFICULDADES DENTRO E FORA DE CAMPO .

FONTE:DIÁRIO DO CARIRI-CE
Icasa campeão juazeirense de 1969. Em pé: Azul, Zé do Carmo, Ramos, Zé Cicero, Nena, Pirajá e Isaias (massagista). Agachados: Raimundo Pio, Dote, Caçote, Joãozinho, Geraldino e Gilson. (Foto: Arquivo Alemberg Quindins)
Juazeiro do Norte. “A fé nos conduz à vitória”, garante o hino do Icasa. No entanto, nos últimos anos, a fé não tem sido suficiente para o sucesso do Verdão do Cariri que, nesta terça-feira (1º), completa 55 anos de fundação. Se há pouco mais de quatro anos o clube quase subiu à Série A do Campeonato Brasileiro, hoje, amarga a 6ª colocação na segunda divisão do Campeonato Cearense, correndo risco de ser eliminado logo na primeira fase.
O Icasa não vence há três jogos: são duas derrotas e um empate no último domingo (29), em 0 a 0, contra o Esporte Limoeiro. Com 10 pontos na classificação, o Verdão do Cariri acumula três vitórias (uma por W.O.), três derrotas e um empate. O time tem dois jogos pela frente – Pacajus (f) e Itapipoca (c) – para garantir a vaga na segunda fase e tentar o acesso à elite do futebol cearense.
Mesmo assim, longe dos gramados, a diretoria preparou um momento festivo entre seus torcedores na manhã de hoje (1º), no CT Praxedão. A partir das 8h, um jogo festivo foi realizado ao mesmo tempo que bebidas e comidas típicas foram vendidas. Além disso, uma camisa comemorativa retrô está sendo comercializada. Todo o dinheiro arrecadado é destinado para o clube.
Há pouco mais de um ano que assumiu a presidência, o Major Valdenor Agra tem buscado recuperar a situação financeira do clube. Estima-se que o valor das dívidas trabalhistas acumuladas pelo clube, principalmente nos últimos seis anos, gire em torno de R$ 10 milhões. “Por mim, estava lá na arquibancada, torcendo”, conta o presidente.
Atualmente, a principal aposta de receita é o programa de sócio-torcedor “300 Libertadores”, com meta de atingir 300 associados em cada uma das quatro categorias: diamante, ouro, prata e bronze. Tudo isso para tentar resgatar a imagem e saúde financeira do Verdão do Cariri.
Elenco do Icasa que quase conquistou o acesso à Série A. (Foto: Samuel Macedo)
Sucesso
Time do Cariri com maior torcida, o Icasa bateu na trave em 2013, quase conquistando o acesso à elite do futebol brasileiro. Ficou apenas um ponto atrás do Figueirense. Nas duas últimas décadas, o clube foi vice-campeão cearense em três oportunidades (2005, 2007 e 2008), vice-campeão brasileiro da Série C (2012) e teve quatro participações na Copa do Brasil e quatro no Campeonato Brasileiro da Série B. De lá para cá, foram três rebaixamentos.
História
No dia 15 de janeiro de 1955, foi inaugurada a primeira usina do Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, na Bahia. A obra começou a fornecer energia elétrica para o Nordeste brasileiro, ajudando no crescimento, principalmente das cidades do interior. Na região do Cariri não foi diferente. No centro comercial de Juazeiro do Norte foram instaladas suas primeiras indústrias. Um destes empreendimentos, a Indústria e Comércio de Algodão de Sociedade Anônima (Icasa), criada por José Feijó de Sá, produzia algodão e também, óleo vegetal.
A empresa se mudou para a CE-292, que liga à cidade de Crato, onde hoje funciona a multinacional Singer. Ali, funcionou o primeiro parque industrial do Município. Por trás da fábrica, os operários da Icasa construíram um campo de futebol que era utilizado antes ou depois do expediente. A rivalidade acontecia entre os empregados do setor de algodão e do setor de óleo.
O treinador Praxedes Ferreira, que assumiu o comando do Volante Atlético Clube, foi a uma destas “peladas” procurar algum jogador para o seu time, mas viu, naqueles campo de terra, a oportunidade de criar um novo time de futebol amador no Município. Os diretores da fábrica aceitaram a ideia, acreditando que ajudaria a divulgar a marca. No dia 1º de Maio de 1963 nasceu o Icasa Esporte Clube, conhecido como “Verdão do Cariri” e 11 dias depois se filiou à Liga Desportiva Juazeirense.
As cores, verde e branco, foram escolhidas para representar o algodoeiro. Seu primeiro presidente foi Teodoro Germano e o treinador, Praxedes Ferreira. Os atletas eram funcionários da fábrica que recebiam um salário mínimo. Craques de times rivais e até jogadores profissionais foram atraídos pelo emprego com carteira assinada e salário mínimo. No seu seu primeiro ano, foi campeão juazeirense, tirando a hegemonia de três anos do Leão do Mercado.
Mudança
Após vencer o campeonato amador de Juazeiro do Norte oito vezes, o Verdão do Cariri se filiou à Federação Cearense de Futebol em 1972, para disputar o estadual. Chegou a ser proclamado campeão em 1992, junto com Tiradentes, Fortaleza e Ceará, e vice-campeão duas vezes em 1993 e 1995.  No entanto, após acumular dívidas trabalhistas, o Icasa Esporte Clube declarou falência em 1998, dando lugar ao Juazeiro Empreendimentos Esportivos.
Mudança que durou pouco tempo, pois, em 2002, foi criada a Associação Desportiva Recreativa e Cultural Icasa, fundada no dia 7 de janeiro, mas que adotou as mesmas cores do Icasa Esporte Clube. A torcida abraçou o novo clube e o reconheceu como a continuação do antigo, adotando sua história. Por isso, comemora  seu aniversário como 1º de maio.

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