Segundo o Ibama, 12 usinas hidrelétricas estão previstas na região.
Botos são espécies bastante afetadas por empreendimentos de grande porte.
Um estudo realizado nos municípios de Santarém, oeste do Pará e Jacareacanga, sudoeste do estado, alertam sobre os riscos de extinção das espécies dos botos tucuxi (Sotalia fluviatilis) e cor-de-rosa (Inia geoffrensis), devido a construções de hidrelétricas na região do rio Tapajós. De acordo com o Ibama, estão em processo de licenciamento 12 empreendimentos hidrelétricos de grande porte.
A pesquisa foi realizado pela Organização Não-Governamental: Instituto Mamirauá em parceria com, WWF Brasil. As instituições mostram o que pode acontecer com as populações de botos naquele trecho do Tapajós, caso seja instalada a barragem nas corredeiras de São Luiz do Tapajós que impeça o livre fluxo dos animais ao longo do rio.Os resultados poderão redirecionar os empreendimentos ou mesmo ajudar a repensar modelos de desenvolvimento para a região.
Os botos são amplamente distribuídos nos rios da América do Sul, ocorrendo na bacia dos rios Amazonas, Orinoco e Tocantins. É a maior diversidade desses animais de água doce do mundo, além disso são muito afetados pela construção de barragens hidrelétricas.
“Uma barragem é um obstáculo físico instransponível, mesmo para os botos, exímios nadadores”, explica Miriam Marmontel, oceanógrafa. Segundo ela o estudo indica que o possível isolamento de subpopulações dos botos acima e abaixo dessas barragens, assim como a baixa variabilidade genética resultante destas subpopulações podem levar a um processo de extinção desses animais no âmbito local.
Impactos
Para a oceanógrafa, o estudo aponta ainda para a importância de se olhar para a Amazônia não só do ponto de vista da floresta que cobre a maior parte do território da região mas pela biodiversidade que habita os rios, que por sua vez integram um sistema complexo que ajuda a sustentar de pé a floresta tropical.
Para a oceanógrafa, o estudo aponta ainda para a importância de se olhar para a Amazônia não só do ponto de vista da floresta que cobre a maior parte do território da região mas pela biodiversidade que habita os rios, que por sua vez integram um sistema complexo que ajuda a sustentar de pé a floresta tropical.
“Um fato como este traria consequências drásticas para todo o sistema do rio. Os botos, por se alimentarem de peixes, estão no topo da cadeia alimentar. Então eles tem o potencial de refletir o que acontece em toda a cadeia trófica”, disse Heloíse Pavanato.
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