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quarta-feira, 18 de julho de 2018

CONHEÇA A MYCOPLASMA GENITALIUM, BACTÉRIA SUPER-RESISTENTE TRANSMITIDA PELO SEXO.

Doença chama a atenção da comunidade médica, sobretudo pelo crescente número de casos na Europa. No Ceará, não há dados registrados

FONTE:DN/VIDA
camisinha
A bactéria é sexualmente transmissível e se mostra resistente a antibióticos Foto: Divulgação ( Foto: Divulgação )
A bactéria Mycoplasma genitalium (MG) foi descoberta na década de 1980, conhecida por fazer parte do grupo de micro-organismos sexualmente transmissíveis e de ser resistente a antibióticos. Ela está relacionada, basicamente, à uretrite não-gonocócica (inflamação da uretra) nos homens e uretrite e cervicite (inflamação do colo uterino) nas mulheres, embora possa colonizar o trato genital de ambos de maneira assintomática, destaca o médico infectologista Guilherme Henn, presidente da Sociedade Cearense de Infectologia (SCI).
 
O diagnóstico específico da MG é difícil, já que os métodos não estão padronizados nem facilmente disponíveis; o Sistema Único de Saúde (SUS) não disponibiliza esses exames, por exemplo. 

Saiba quais são os sintomas

Os principais sintomas associados à infecção são dor/ardência ao urinar, corrimento uretral (a secreção é geralmente clara, não purulenta, e é mais facilmente identificável nos homens), além de dor e sangramento durante o ato sexual. As complicações, esclarece Henn, "resultam da demora em instituir tratamento e estão relacionadas principalmente à infertilidade".

No Ceará 

Devido à Mycoplasma genitalium não ser doença de notificação compulsória, poucos dados nacionais estão disponíveis, sendo geralmente provenientes de pesquisas. Os estudos mais recentes realizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia, entre 2010 e 2015, estimaram prevalência variando de 1% a 28%, tanto em indivíduos sintomáticos como assintomáticos. O presidente da SCI afirma que "não há dados de prevalência da MG no estado do Ceará".
 
Notificação compulsória (ou obrigatória) é qualquer doença que a lei exija que seja comunicada às autoridades de saúde pública. Os dados permitem às autoridades monitorizar a doença e antever possíveis surtos.

Como detectar

De forma geral, recomenda-se detecção de material genético da bactéria em amostra da secreção uretral, do colo uterino, ou urina. O tratamento é feito com antibióticos. O principal fator que diferencia este germe dos outros causadores de uretrite não-gonocócica (como a clamídia, por exemplo), é o maior nível de resistência aos fármacos habitualmente empregados para tratamento das uretrites. A clamídia provoca sintomas como corrimento vaginal alterado e queimação ao urinar, sendo bastante comum no Brasil.
 
"Essa condição resulta em maior tendência de falha terapêutica", justufica o Dr. Guilerme Henn, mestre em Saúde Pública/Doenças Infecciosas e Parasitárias e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Na Europa

Atualmente, a ascensão da Mycoplasma genitalium ocorre principalmente no continente europeu. No entanto, no Brasil, o Ministério da Saúde informa 
que monitora a bactéria quanto ao aumento da prevalência e da resistência antimicrobiana.
 
No Reino Unido, o quadro é preocupante. Segundo a Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV (BASHH, da sigla em inglês), as taxas de erradicação da bactéria - após o tratamento com um grupo de antibióticos chamados macrolídeos - estão diminuindo. E que a resistência da MG a esses antibióticos é estimada em cerca de 40% no Reino Unido. A azitromicina é outro tipo de antibiótico que ainda funciona na maioria dos casos.

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