Powered By Blogger

segunda-feira, 18 de junho de 2018

EM FORTALEZA-CE;OBRAS PARA A COPA DE 2014 AINDA ESPERAM A CONCLUSÃO .

Obras de infraestrutura e turismo, em especial as de mobilidade urbana, ainda não estão prontas

Em julho próximo, serão quatro anos desde que a seleção brasileira jogou pela Copa do Mundo em Fortaleza, na Arena Castelão. Naquele ano, 10 pacotes de obras deveriam ter sido entregues na Capital cearense a tempo do mundial. Apenas três foram concluídos. Quatro anos depois, o cenário é parecido. 
 
Obras de infraestrutura e turismo, em especial as de mobilidade urbana, ainda não estão prontas. Da requalificação da Beira-Mar à reforma e expansão do Aeroporto Pinto Martins, passando pela implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o Acquário do Ceará, alguns gargalos no caminho amplificaram qualquer prazo estabelecido. Dentre as obras concluídas em 2014 estão a rotatória e o túnel Jornalista Demócrito Dummar, ao lado do Castelão.

Reforma e ampliação do Aeroporto 
Estrutura de expansão do Aeroporto
Estrutura de expansão do Aeroporto (Foto: Evilázio Bezerra / O POVO)
O Aeroporto Internacional Pinto Martins atravessou as gestões da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e da Fraport Brasil, que assumiu o equipamento em janeiro deste ano. Em seguida, o consórcio Método e Passarelli assinou contrato para executar das obras de expansão. O terminal de passageiros, no entanto, precisava de autorização judicial para acesso ao local e demolição das estruturas antigas.

O Consórcio CPM, contratado pela Infraero, estava responsável pela obra, mas a rescisão contratual culminou no processo inacabado. O acesso ao local das obras foi liberado em abril último, após inspeção judicial no Aeroporto de Fortaleza Airport. Em nota, a subsidiária da alemã Fraport diz que as obras estão em andamento, mas que não fará detalhamento do projeto. 
 
O valor investido nas fases 1B e C das obras deve ser de aproximadamente R$ 800 milhões. A Fraport indica que esse montante aporta a contratação do consórcio, a compra de equipamentos, o desenvolvimento e a gestão do projeto. “Passageiros e todos parceiros de negócios serão beneficiados diretamente por um terminal maior e mais confortável e por uma infraestrutura de airside que atenda aos requisitos de segurança internacionais”.

Para além desses R$ 800 milhões, foram investidos, de 2012 a 2014, R$ 52,5 milhões. Estava orçado um total de R$ 336,7 milhões. Dado por encerrado uso do dinheiro público após a concessão, os R$ 284,2 milhões restantes do primeiro contrato voltaram aos cofres públicos. 

VLT
Imagem do VLT em junho do ano passado. (Foto: Aurélio Alves/ O POVO)
O  deslocamento de passageiros da Parangaba para o Mucuripe pelo VLT ainda não é uma realidade. São 13,4 km (1,4 km em elevado) de extensão, conforme prevê o projeto. Ao todo, 10 estações, 12 pontes e 3 passarelas compõem o VLT. Um trecho com quatro estações foi entregue em julho de 2017, três anos após a Copa no Brasil. Desse trecho, estão em operação assistida as estações Parangaba, Montese, Vila União e Borges de Melo, com transporte de passageiros gratuito, das 6h às 12 horas, de segunda a sexta-feira. 

De acordo com a Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra), a previsão é que mais quatro estações sejam entregues em julho próximo. São elas: São João do Tauape, Pontes Vieira, Antônio Sales e Papicu. Passageiros usarão o trecho também de forma assistida até a Estação Papicu, onde acontecerá integração com o terminal de ônibus do bairro. Mas antes, ainda para este mês, a Seinfra promete o túnel da av. Borges de Melo. Ficam faltando as estações Mucuripe e Iate, além de obras complementares, que devem ficar prontas até o fim deste ano.

Com previsão de 90 mil passageiros por dia, foi feito o investimento de quase R$ 700 milhões. Esse valor deve cobrir as desapropriações de cerca de 3,3 mil famílias que precisaram ser realocadas, além das obras, material, remoção de interferências e sistemas.

Acquário do Ceará
Obras inacabadas do Acquário. (Foto: Alex Gomes/Especial para O POVO)
O projeto do Acquário do Ceará foi anunciado em 2008, com início da construção depois de quatro anos. Sua concepção foi acompanhada de polêmica, com direito a manifestantes tentando impedir o avanço da obra nos idos de 2013. Desde fevereiro de 2015, o cenário é o mesmo: estrutura de concreto inacabada exposta à maresia. 

A Secretaria do Turismo do Ceará (Setur) lembra que o Acquario está incluído no pacote de concessões do Governo do Ceará, processo que ainda está em andamento. Legado do governo de Cid Gomes (PDT), o equipamento ainda precisa encontrar um investidor. Em dezembro de 2016, o governador Camilo Santana (PT) declarou que não haveria mais dinheiro público para a obra. No início de 2017, a obra foi suspensa até que o processo de concessão seja concluído.

Responsável pela estrutura de concreto, a Seinfra diz que está com 75% das obras prontas. Já os equipamentos são com a Secretaria do Turismo do Ceará (Setur), que afirma ter concluído apenas cerca de 30%. O investimento total até agora foi de US$ 43 milhões - aproximadamente R$ 160 milhões. A ideia é que o Acquário receba cerca de 1,2 milhão de visitantes por ano. O andamento da construção acompanha os seis anos de seca em que se encontra o Estado.

Beira-Mar

O projeto de requalificação da av. Beira-Mar, na Praia de Iracema, também não é de hoje. Construção de passeios, estacionamentos, ciclovias e tratamento paisagístico e urbanístico estava no projeto orçado em R$ 231,9 milhões, divulgado em março de 2013.

Cinco anos depois, mais especificamente em agosto próximo, um novo projeto será iniciado. A prefeitura de Fortaleza anunciou, na semana passada, conjunto de intervenções que prevê a construção de um novo calçadão, além da ampliação da faixa de areia entre as Praias de Iracema e o bairro Meireles.

Pavilhões multiuso com 40 quiosques ajudam a compôr a área de 211.515,57 m² construída. O novo orçamento é de aproximadamente R$ 120 milhões, contando com recursos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
 
BRT 

O POVO Online também contatou a Seinf com perguntas sobre a implantação do Bus Rapid Transit (BRT) nas avenidas Paulino Rocha, Alberto Craveiro e Silas Munguba, que circundam a Arena Castelão. No entanto, não houve resposta até a publicação da matéria. Em março deste ano, todavia, O POVO destacou em reportagem que nenhum corredor expresso de ônibus foi feito. Em vez disso, a Prefeitura optou por somente requalificar duas dessas vias, com sistemas de drenagem, nova pavimentação asfáltica, padronização de calçadas e ajuste de sinalizações de trânsito.

Nenhum comentário: