Fonte: jornal O POVO|
A ave, criticamente em perigo de extinção, terá 5.103 hectares de área totalmente preservada. Em Barbalha, a ave é protegida no Parque Riacho do Meio, uma área do Geopark Araripe
O raro Soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermanni) será mais protegido nas poucas áreas onde a espécie faz o favor de resistir. No Crato, município do Cariri cearense, acaba de ser criado um território para o Refúgio da Vida Silvestre (Revis). Uma Unidade de Conservação Integral e Municipal, prevista pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc).
Na prática, a prefeitura do Crato demarcou 5.103,38 hectares de mata, nascentes e outros recursos naturais que não poderão ter a interferência humana para destruição ou avenço da urbanização insustentável das cidades.
De acordo com Fábio Nunes, biólogo da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), a delimitação do Revis proíbe a supressão de árvores, caçadas, desvio do curso de rios e riachos ou qualquer investimento que cause o desequilíbrio da floresta esquadrinhada por lei.
E não é para menos. A existência do Soldadinho-do-Araripe depende, principalmente, da floresta e fontes d´água preservadas. A espécie, endêmica do Ceará e restrita aos municípios de Barbalha, Crato e Missão Velha, foi descoberta em 1996 pelo zoólogo brasileiro Werner Bokermann.
De lá para cá, com a destruição de habitats, quase desapareceu e é considerado uma das cinco espécies da fauna cearense mais ameaçadas de extinção global na lista oficial brasileira de 2003 (MMA/Ibama). Também está classificada como “criticamente em perigo” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (BirdLife International 2004)
O Revis tende a garantir a vida do Soldadinho-do-Araripe na natureza e, por tabela, beneficiar outras espécies da fauna e da flora, que passam a ser protegidas integralmente nas encostas do Crato, do distrito de Campo Alegre até Romualdo.
Segundo dados da Aquasis, em 2000, a população de soldadinhos era estimada em menos de 50 indivíduos. Sendo que apenas três machos e uma fêmea foram catalogados. Em 2003, em novo levantamento, a estimativa subiu para 250 indivíduos e, hoje, estão sendo feitos novas pesquisas. Além dos recursos da prefeitura cratense, os estudos técnicos para a criação da Revis custaram R$ 176 mil para o Governo do Ceará.
via/blog do crato
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