Com a economia internacional aquecida, a previsão é de mais aumento em 2018, afirma economista.
Faz 13 dias que a Petrobras anunciou a mudança da política de preços pro gás de cozinha e criou uma expectativa de que o botijão ficasse mais barato. Adivinha se ficou?
O preço do botijão de gás numa revendedora de São Paulo era R$ 74,90 no dia 18 de janeiro. O Jornal Nacional gravou a placa pouco antes de entrar em vigor a redução de 5% no valor do gás de cozinha nas refinarias, anunciada pela Petrobras.
Quase duas semanas depois, a equipe voltou na revendedora e o preço nesta quarta-feira (31) continua o mesmo.
Em outra loja, também não houve queda. O botijão custava no dia 18 de janeiro R$ 80, o mesmo valor de desta quarta.
“Se o governo fala que vai baixar e depois não baixa, a gente acha um absurdo”, diz a empregada doméstica Vera Vasconcelos”.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis faz toda semana uma pesquisa de preços em todo o Brasil. O último levantamento mostra que, na primeira semana depois do anúncio da Petrobras, em vez de cair, o preço do botijão de gás de cozinha subiu no país.
Para entender melhor, é preciso acompanhar o caminho do gás até o consumidor. Com a queda de 5% nas refinarias no dia 19, o botijão passou a ser vendido oficialmente para os distribuidores por R$ 23,16.
Mas, na semana seguinte, o preço do gás revendido pelas distribuidoras não caiu. Subiu de R$ 49,13 para R$ 49,29.
Os revendedores, também aumentaram o valor do botijão para o consumidor - em média, o preço no país subiu de R$ 67,08 para R$ 67, 47.
“Falaram que ia baixar, mas até agora nada. A gente está esperando e nada”, reclama João Evangelista Silveira, que é comerciante.
O Sindigás, o Sindicato dos Distribuidores, não quis gravar entrevista. Em nota, declarou que os dados que melhor refletem o comportamento dos preços são aqueles de longo prazo, e que em 2017 os distribuidores perderam 25% de margem, porque o preço na refinaria aumentou bem mais do que para o consumidor.
Para explicar esse aumento no lugar de uma redução, como esperava o consumidor, a associação dos revendedores vai na mesma linha e diz que não tem como reduzir o preço do botijão.
“A Petrobras subiu, em seis meses, o que não subiu em 15 anos. Os revendedores de GLP não conseguiram repassar parte desse aumento ainda”, diz Alexandre Borjaili, presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP.
Os aumentos de 2017 vieram depois que a Petrobras mudou a política de preços e o gás passou a acompanhar a variação do petróleo no mercado internacional e também do dólar.
O economista Fábio Romão, da lca Consultores, lembra que os preços são livres e, que com a economia global aquecida, é possível que o gás suba de novo em 2018.
“Não acredito que seja no ritmo do ano passado, mas é provável que mais uma vez este ano, no acumulado do ano, nós tenhamos aumento tanto de combustíveis como de gás”, disse.
O ministério de Minas e Energia declarou que acompanha com atenção o assunto e que espera a queda de preço do gás para o consumidor com a nova política da Petrobras.
A Petrobras declarou que existe liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados. E que, por isso, as revisões feitas pela companhia podem ou não se refletir no preço final
.FONTE:G1/JN
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