Júlia Dias Carneiro
Impulsionada pela forte demanda do mercado chinês, a expansão do corredor logístico para escoar grãos pelo Norte do país vem deixando um rastro de impactos negativos no entorno do rio Tapajós, na Amazônia, de acordo com estudos de ONGs sobre projetos de infraestrutura na região.
Segundo um relatório da ActionAid e da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), a região do médio Tapajós, no noroeste do Pará, está em vias de receber cerca de 20 novos portos privados para o transporte de grãos ao longo da próxima década.
De acordo com o estudo, os investimentos no corredor logístico têm gerado uma supervalorização fundiária, pressiona comunidades tradicionais a deixarem suas terras, favorece a concentração de renda e altera a paisagem de uma região que é considerada um dos maiores mosaicos de áreas protegidas no mundo.
As críticas são reforçadas por um segundo estudo que questiona o modelo de desenvolvimento em torno do rio, que acaba de ser lançado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e calcula em 26 o número de portos a serem construídos no Tapajós.