Escrito por Viva Saúde Ceará, /
VIVA SAÚDE CEARÁ
Com o objetivo de assegurar e ampliar o acesso da população a serviços especializados, o processo de regionalização da saúde no Ceará passa pela descentralização da gestão, pelo uso de alta tecnologia e pelo atendimento humanizado. Hospitais regionais cumprem papel fundamental nessa interiorização dos serviços.
Desde 2019, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) vem colocando em prática um planejamento integrado de ações de promoção da saúde individual e coletiva que tem como fundamentos a construção de novos equipamentos, o reforço estrutural das unidades existentes, a promoção de novas metodologias de gestão, o fortalecimento de categorias profissionais, a valorização da pesquisa e da inovação, e a humanização do atendimento. Uma das principais diretrizes desse trabalho é o processo de regionalização dos serviços.
O objetivo é descentralizar a rede de saúde e permitir o acesso da população cearense a serviços e procedimentos especializados em todas as regiões do estado, reduzindo a necessidade de deslocamento para a Capital e garantindo resolutividade, qualidade e alto padrão tecnológico no atendimento local. Com isso, o Ceará vem integrando e universalizando uma rede de atendimento que começa nas unidades de atenção primária e se estende até as unidades terciárias de maior complexidade.
A regionalização é um dos pontos da Plataforma de Modernização da Saúde (PMS), plano de ações da Sesa. O Ceará é dividido em cinco Regiões de Saúde pela Secretaria: Fortaleza, Sobral, Cariri, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe.
Hoje, o Estado conta com três hospitais regionais de atenção terciária, ou seja, voltados para atendimentos de média e alta complexidade, localizados nos municípios de Juazeiro do Norte (Hospital Regional do Cariri), Sobral (Hospital Regional Norte) e Quixeramobim (Hospital Regional do Sertão Central). Além deles, o Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, equipamento com uma área de quase 30 mil metros quadrados, está em fase final de implantação.
No Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), entre os diversos serviços oferecidos, se destacam, por exemplo, as Unidades de AVC subagudo e agudo, cada uma com 10 leitos. “Somos referência para os 20 municípios da região de saúde do Sertão Central. Pela nossa localização geográfica, que é bem no centro do Estado, acabamos também recebendo pacientes de outras macrorregiões do Ceará. Em 2020, realizamos até o momento, 685 atendimentos (nas Unidades de AVC)”, afirma Alan Cidrão, coordenador médico do serviço de AVC do HRSC. O Hospital Regional atende a uma população estimada em 631 mil habitantes.
Entre 2013, ano de inauguração do Hospital Regional Norte (HRN), e agosto de 2020, o equipamento realizou 370 mil atendimentos nas emergências Adulto e Pediátrico, informa a Secretaria. O HRN atende os 55 municípios que compõem a Região Norte do Ceará, com uma população estimada em 1,6 milhão de habitantes.
“Temos um hospital terciário com várias especialidades, sendo realizadas cirurgias de alta complexidade, neurocirurgias, tumores cranianos e aneurismas. Tem as cirurgias gerais, internação da clínica médica, internação por Covid-19, enfermaria e UTI. Trazemos o atendimento à saúde para mais perto da população”, declara Mônica Lima, superintendente da região de saúde Norte.
Com o período de pandemia do novo coronavírus em curso, o HRN também serviu como aporte para a instalação de 120 leitos voltados para a doença. Além deles, outros 57 foram implantados em outros hospitais divididos entre Sobral, Crateús e Tianguá, informa Mônica.“Também foi aberta a UPA de Tianguá, UPA de Acaraú e distribuídos respiradores para os hospitais de Camocim, Itarema e o Hospital de Campanha Dr. Francisco Alves, em Sobral”.
Suporte para a região sul do Estado
Inaugurado em 2011, o Hospital Regional do Cariri (HRC) foi o primeiro equipamento da rede estadual a ser construído no interior do Estado. A população beneficiada é de cerca de 1,5 milhão de habitantes, moradores dos 44 municípios da macrorregião do Cariri. De acordo com a Bergson de Brito, diretor de Gestão de Atendimento do HRC, uma das principais necessidades supridas pelo HRC foi o atendimento a vítimas de acidentes, que, em muitos casos, precisavam se deslocar para Fortaleza para realizarem o tratamento adequado.
Além dessa demanda, o HRC conta com equipamentos que permitem realizar procedimentos pouco invasivos, como cirurgias por vídeo, que resultam em uma recuperação mais acelerada. A cada ano, o Hospital atende cerca de mil pacientes para tratamento de AVC, sendo referência na região e uma das duas unidades voltadas para AVC no interior, junto ao Hospital Regional do Sertão Central. Dentro das instalações do HRC, há a presença do Hemoce, para procedimentos de plasmaferese, além da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), que auxilia a Central de Transplantes do Estado.
Durante o pico no número de casos de pacientes diagnosticados com Covid-19, o HRC ampliou o número de leitos, chegando a ter 108 dedicados apenas para o tratamento da doença. Para os pacientes em estado grave pela Covid, em casos de insuficiência renal aguda, o Hospital também realizou procedimentos de diálise nos próprios leitos de internação. Hoje, são 45 leitos voltados para infectados pelo novo coronavírus, com o restante sendo ocupados por outras demandas.
Para 2021, há a expectativa da criação de um setor de cardiologia, ampliação das cirurgias eletivas, novos tomógrafos para expansão do núcleo de imagem, além da chegada de equipamentos para mais procedimentos de alta complexidade, como o exame de hemodinâmica, afirma Bergson de Brito.
Saiba mais sobre estas e outras questões relacionadas à saúde pública na página Viva Saúde Ceará.
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