A memória primária dele está numa conta drive, em nuvem. O aparelho tem capacidade de recepcionar sinal wi-fi. Tudo isso medindo aproximadamente três centímetros.
“O processamento de dados, que é área que a gente estuda em Harvard, pegou muito pensado nesta parte de microeletrônica, nanotecnologia, nestes últimos três meses”, conta Ciswal.
O computador pode ser transportado no bolso, mas precisa de uma tela, seja TV ou aparelho celular, para ter acesso ao sistema Windows 98, que dá acesso à internet e programas como Word, PowerPoint e Excel. No entanto, isso é provisório, já que Ciswal está desenvolvendo seu próprio sistema operacional, que acredita que deverá ficar pronto em até quatro meses.
“Vai ser um sistema de fácil acesso para idosos, crianças, para quem não tem noção de informática. Será muito instrutivo, vai ensinado”, acredita o professor.
Ciswal já recebeu proposta de um grupo de empresários de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que querem investir na ideia e popularizar o aparelho no continente africano. “Minha intenção era que se popularizasse primeiro no Brasil. Queria muito que governos, seja federal, estadual, municipal, não importo qual for, investissem. Eu defendo a necessidade do povo. Queria muito que alguns destes pudesse popularizar. Dar acessibilidade aos jovens, condições de estudo. Para não estar passando o que passei”, defende.
Caso não apareça ninguém interessado em implantar o projeto no Brasil, mais uma vez, Ciswal deverá colocá-lo em prática fora do País, como aconteceu com seu projeto que o levou a estudar em Harvard, que está sendo desenvolvido em nações africanas.
“Mas a prioridade é do Nordeste, do Ceará. Vou trabalhar em prol da população daqui”, completa.
Trajetória
Nascido em Palmares (PE), Ciswal se mudou para Juazeiro do Norte na adolescência quando seu pai, também professor, foi transferido para Serra Talhada (PE). Com família devota do Padre Cícero, optaram por ficar na terra do sacerdote. Após a separação dos pais, as dificuldades apareceram. Sua mãe ganhava R$ 15 por faxina. O valor era pouco para o jovem se manter na escola e sustentar a casa e, por isso, resolveu trabalhar em um mercantil entregando as feiras de bicicleta.
Quando entrou na faculdade, antes de completar os 16 anos, o professor teve que buscar no lixo a solução para seu sonho de continuar estudando. Foi aí que Ciswal resolveu catar latinhas para reciclagem. O quilo do material custava R$ 2. Em uma semana, conseguia três quilos e meio. Era com isso que pagava xerox, apostila, livros e impressões.
Antes da chegada a Juazeiro do Norte, Ciswal lembra que, aos oito anos de idade, desejava muito fazer um curso de computação. “Pedi muito para meu pai, mas o valor do curso era a feira da gente”, lembra. Sem condições financeiras, sua família o colocou para estudar datilografia.
“Quando estava terminando o HYTEC One, lembrei desse episódio. Se, naquela época, um Ciswal tivesse aparecido ou o governo entregasse isso, o que eu estaria fazendo hoje? São coisas que fazem a gente ter empatia com o próximo”, finaliza.
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