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domingo, 30 de setembro de 2018

PESQUISA MOSTRA O IMPACTO EMOCIONAL DO DIABETES.

Dúvidas, medos e ansiedade são o lado oculto da doença

FONTE:DN/VIDA
Diabetes
Segundo pesquisa, embora 80% dos entrevistados acreditem que estão controlando corretamente o diabetes, 1/4 admitiram não seguir a dieta recomendada ( Foto: Divulgação )
O diagnóstico do diabetes, como o de toda doença crônica, traz em si a perspectiva de mudanças na rotina e no estilo de vida. Ao receber a notícia no consultório, várias dúvidas passam pela cabeça do paciente, que teme os limites impostos pela enfermidade e também as consequências para a saúde em longo prazo. São mais de 13 milhões de pessoas no País convivendo com a doença. 
Pesquisa inédita no Brasil realizada pela Minds4Health, a pedido da Sanofi, procurou entender o comportamento das pessoas com diabetes tipo 2. Uma das conclusões é que entrar em estado de negação só atrapalha o controle da doença. Embora 80% acreditem que estão controlando corretamente o diabetes, 1/4 dos entrevistados admitiram não seguir a dieta recomendada, por não abrirem mão dos prazeres da mesa. 
Além disso, 1/3 não faz exercícios físicos e 13% não vai ao médico regularmente. A principal justificativa para não fazer acompanhamento é acreditar que, por já estar tomando medicamentos orais ou insulina, não precisa mais voltar ao médico (17%).
Além da alimentação 

A endocrinologista Denise Reis Franco, diretora coordenadora do Departamento de Educação da Associação Diabetes Brasil (ADJ), confirma ver esse comportamento diariamente no consultório. “A maioria das pessoas ainda acredita que cortar o açúcar e moderar na alimentação é o suficiente. Essa atitude de autocura é uma característica cultural brasileira, assim como a postura de dizer sempre que está tudo bem, quando na verdade não está”, afirma a médica. Fugir da consulta é uma armadilha, já que segundo a pesquisa, os pacientes com maior controle da doença são aqueles que fazem o acompanhamento médico mais frequente.
De cada 10 pacientes, três disseram que não conseguem seguir o tratamento à risca. A principal barreira está na dieta restritiva (60,8%), atrelada ao preço dos alimentos (21,7%). O custo dos medicamentos vem em terceiro lugar (5,7%) quase empatado com a dificuldade de controlar a ansiedade (5,6%). Todas essas preocupações se unem ao medo de a doença impactar os outros membros da família, seja por mudanças na rotina, pelos gastos decorrentes ou pelo medo das consequências da doença.
Os entrevistados afirmam ainda que a doença afeta a autoimagem, já que passam a ser vistos como alguém não saudável, o que se torna fonte de angústia. Entre os pacientes que não conseguem controlar a doença, 17,6% afirmam que o estresse e o nervosismo atrapalham a disciplina. Para 12,8% melhorar o estado emocional ajudaria a ter maior controle.
Medo de agulha não assusta mais
Os pacientes sabem que, apesar de existirem medicamentos orais, o tratamento do diabetes pode se beneficiar das opções injetáveis. Para ter a doença sob controle e evitar os riscos associados à falta dele, 63% usariam um tratamento injetável e 56% prefeririam essa opção a ter que se submeter a uma cirurgia. O grande anseio dos pacientes é a cura, mas 74% se dizem satisfeitos com o tratamento. Entre os insatisfeitos, a dificuldade de seguir a dieta é a principal queixa, citada por 35%.
Os principais temores se referem aos riscos relacionados ao diabetes, já que sete em cada 10 conhecem as consequências da falta de controle da doença. Os problemas de visão, como a cegueira, são os mais preocupantes (42%).

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