Os cursos profissionalizantes mantidos pelo EEEP Professor Moreira de Sousa ocupam apenas as salas da parte do prédio que se localiza na Rua do Cruzeiro. A parte do prédio a ser tombada fica na Avenida Dr. Floro, onde está a fachada original. A Prefeitura de Juazeiro do Norte está apoiando a iniciativa dispondo a equipe técnica da Secretaria de Cultura.
Segundo o professor e pesquisador Daniel Walker, um dos colaboradores do projeto, neste primeiro momento a equipe está cuidando de reunir a documentação e fazer o levantamento do local. “Nós estamos preocupados. É um prédio ocioso, por isso, estamos temendo duas coisas: ele estragar com o tempo e acaba caindo ou passar a sediar alguma outra atividade e fazer uma série de mudanças, adaptação e perder características”, explica.
Lá, funcionou o antigo Museu Pedagógico, que mostrava as atividades realizadas na Escola Normal Rural. Por isso, o objetivo da comissão é manter no local alguma atividade ligada a educação e cultura como antes. “Manter uma fachada parecida e que quando fazer a restauração, fique do mesmo jeito. Se não tiver cuidado e correr, será deformado. Não é bom que fique ocioso”, acrescenta Daniel.
Além disso, Daniel Walker acredita que o projeto pode começar a criar a “cultura de tombamento” em Juazeiro do Norte, já que, segundo ele, muitos prédios históricos tem se tornado estacionamentos. Na próxima sexta-feira (13), o grupo volta a se reunir para distribuir as tarefas e elaborar os documentos necessários para o pedido.
História
A Escola Normal Rural de Juazeiro, fundada em 13 de junho de 1934, foi a primeira no gênero criada no Brasil – a segunda na América do Sul -, sendo um marco na educação juazeirense. Como na época havia uma maioria da população morando na zona rural, a instituição fornecia disciplinas contextualizadas para a agricultura, ligadas ao modo de produção no campo e colheita. Mas lá também havia o chamado “curso pedagógico”, que seria o curso normalista.
A escola também tinha a finalidade de formar docentes para a educação no campo, com intenção de realizar um dos sonhos de Padre Cícero Romão Batista. O primeiro exame admissional ocorreu no dia 13 de março de 1934, no Orfanato Jesus Maria José. Até a edificação ficar pronta, foi no lar para crianças que aconteceram as primeiras aulas. Depois de inaugurado, o prédio contava com cinco salas de aula, um espaço para diretoria e secretaria e dois pátios para recreio.
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