Segundo o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões, trabalho com pesquisadores e guarda-vidas busca conscientizar população sobre riscos na orla.
Por G1 PE
Grande Recife recebeu novas placas de alerta contra tubarões em 2016 (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Após o incidente com tubarão na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, na tarde do domingo (15), o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) informou, nesta segunda (16), desenvolver uma série de ações para evitar esse tipo de ocorrência. A abertura de editais para o desenvolvimento de pesquisas que ajudem a criar métodos de proteção aos banhistas e ao ecossistema marinho é uma das principais medidas, segundo o órgão.
Considerada um símbolo da pesquisa com tubarões em Pernambuco, a embarcação Sinuelo, parada há quatro anos, não tem sido utilizada para o monitoramento dos animais por ter sido o instrumento para a realização de uma pesquisa já finalizada.
“Toda pesquisa tem início, meio e fim. Com a embarcação Sinuelo, o objetivo de saber quais eram as espécies mais agressivas, quais as inofensivas, quais as nativas e quais as visitantes. Depois que isso foi feito, a pesquisa foi finalizada”, e o presidente do Cemit, coronel Leodilson Bastos.
Barco Sinuelo monitorou tubarões no litoral de Pernambuco durante dez anos (Foto: Reprodução/TV Globo)
Depois de dez anos de pesquisas com o Sinuelo no litoral pernambucano, um novo estudo foi iniciado em 2015, após a abertura de um edital. Segundo o Cemit, a pesquisa busca investigar a viabilidade da implantação de um dispositivo de inteligência artificial para identificar banhistas em áreas de risco.
Desenvolvida por um professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a pesquisa se debruça sobre o comportamento dos banhistas, o que, na visão do presidente do Cemit, é algo com a mesma importância do estudo do comportamento dos tubarões. “Em condições naturais, o tubarão e o ser humano nunca se encontrariam. Como estamos no habitat deles, também é importante estudar o que podemos fazer para evitar esses incidentes”, afirma.
Ainda segundo Bastos, a pesquisa tem término previsto para o primeiro semestre de 2018, quando será lançado outro edital. “Queremos receber propostas de pesquisas de universidades para que possamos reforçar a prevenção a incidentes com tubarões no litoral. Toda ajuda é muito bem-vinda”, ressalta o presidente do Cemit.
Placas e ações de prevenção
Grande Recife recebeu em 2016 novas placas de alerta sobre ataques de tubarão (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Além da instalação de placas contendo recomendações sobre trechos perigosos na orla de Pernambuco, a Secretaria de Defesa Social informou que também tem realizado campanhas de prevenção, com a distribuição de fôlderes informativos entre os banhistas.
“Além das pesquisas, esse trabalho de conscientização dos banhistas é importante. Conseguimos frear o número de incidentes com tubarões e também os afogamentos”, explica o coronel Leodilson Bastos.
Em 2017, a SDS afirmou ter adquirido cinco motos aquáticas de salvamento para prevenção, fiscalização e resgate aquático. Ainda segundo a Secretaria, 300 soldados do Corpo de Bombeiros aprovados em um concurso público estão em um curso de formação com término previsto para o primeiro semestre de 2018.
Contagem oficial de casos
Em Pernambuco, a contagem começou a ser feita pelo Cemit há 26 anos, quando os casos passaram a ser mais recorrentes no estado. Desde 1992, 24 pessoas morreram vítimas de tubarões no litoral pernambucano. No mesmo período, o órgão registrou 63 incidentes, termo utilizado para enquadrar ocorrências envolvendo seres humanos e tubarões.
De acordo com o Cemit, a ocorrência registrada no domingo (15) ainda não faz parte da contagem, pois precisa ser estudada, como é de praxe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário