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quarta-feira, 29 de março de 2017

MULHER ERA MANTIDA EM CÁRCERE PRIVADO PELA FAMÍLIA HÁ 16 ANOS NO CEARÁ.

O irmão da vítima foi detido na tarde desta terça-feira (29) e também deve responder por maus tratos

Fonte:DN/Polícia

Maria Lúcia estava em um sítio na localidade de Uruburetama ( Foto: Divulgação/SSPDS )
A mulher era mantida em cativeiro há pelo menos 16 anos ( Foto: Divulgação/SSPDS )
Após uma denúncia anônima, Maria Lúcia de Almeida Braga, de 36 anos, foi encontrada no dia 9 de março em um sítio, em Uruburetama, depois de ser mantida em cárcere há 16 anos. A notícia só foi divulgada nesta quarta-feira (29). A denúncia inicial dizia que a mulher vivia há seis anos presa na casa e era mantida sob condições insalubres.
Ao chegar no sítio, situado na zona rural da cidade, a equipe da Polícia Civil do Estado do Ceará teve que romper alguns obstáculos, como arames cadeados, que impediam a entrada na propriedade. Ao adentrar do local, eles encontraram Maria Lúcia a despida sem higienização, com o corpo envolvido apenas com um pedaço de pano.

Como principal suspeito pelo crime, o delegado titular da Delegacia Regional de ItapipocaHarley Filho, ressalta o irmão da vítima. João de Almeida Braga, 48, irmão de mulher, teria dado continuidade ao cárcere da irmã tendo como exemplo o que o pai já vinha fazendo há 10 anos. O suspeito foi detido na tarde desta terça-feira (29) e deve responder pelos crimes de maus tratos e cárcere privado.
"Recebemos uma denúncia no dia 8 de março que tinha uma pessoa mantida dentro de uma casa há anos. Empreendemos diligência e localizamos. Estava sozinha quando foi encontrada". Conforme a vítima, aos 19 anos ela engravidou, teve um bebê e a família se sentiu envergonhada. 
"Ela contou que estudava no ensino fundamental, teve um relacionamento conturbado e começou a apresentar problemas psicológicos. Engravidou. Os pais com vergonha a trancafiaram no quarto desde a gestação e deram o bebê", elucidou Harley Filho. Já idosos, os pais de Maria Lúcia devem passar por tratamento no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da região para que sejam reinseridos na sociedade. 
De acordo com nota enviada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a população nos arredores sabia da existência do crime, mas achava uma situação normal. 
A mulher recebeu os atendimentos necessários e está sob os cuidados de uma família. “No dia que a encontramos, a vítima estava atônita. Ao longo de 20 dias, ela já teve um ganho de peso, está escrevendo e também falando, mas ainda com dificuldade. Aos poucos, ela está voltando a viver”, completa o delegado Harley Filho.  

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