O olho humano possui em sua porção mais anterior uma lente natural chamada cristalino, que permite que a imagem possa ser projetada para a superfície da retina. Quando essa lente perde sua transparência a ponto de prejudicar a passagem da imagem, desenvolve-se o quadro que chamamos de catarata.
A decisão do momento exato para que seja realizada a cirurgia corretiva depende da avaliação médica e dos sintomas apresentados pelo paciente. Isso significa dizer que em alguns pacientes, mesmo que o cristalino esteja opaco, se a qualidade visual não estiver comprometida, não haverá necessidade de remoção cirúrgica. Uma vez que o procedimento seja realizado, essa lente natural deverá ser substituída por uma lente artificial que, além de retornar à transparência dos meios ópticos, minimiza a necessidade de correção óptica. Esse procedimento cirúrgico é feito em geral em ambulatório, com curta permanência em ambiente cirúrgico, o que não significa que não tenha riscos. Afora uma completa avaliação oftalmológica, caso fique comprovado que a diminuição da visão é decorrente, de fato, somente da transparência do cristalino, e que não há outras doenças oculares, é necessário que o paciente seja avaliado a respeito do grau da prótese que será implantada e também esclarecido sobre eventuais riscos clínicos.
A catarata acontece com mais frequência a partir dos 60 anos de idade, com uma prevalência superior a 40% e acomete ambos os sexos. Existem condições clínicas que acentuam a sua ocorrência, a exemplo do diabetes e o mesmo se dá em relação ao uso de certos medicamentos, como é o caso dos corticoides. Existem casos de catarata que acontecem na infância e aí o fator tempo tem fundamental importância, pois a privação da visão nas idade mais precoce pode acarretar quadros de perda de visão de caráter irreversível. Recomenda-se o uso de óculos escuros com frequência cada vez maior, pois existe uma correlação entre radiação ultravioleta e ocorrência de catarata. Afora isso, poucas são as medidas preventivas, muito embora para fins de diagnóstico e de prognóstico esse procedimento tenha sido um dos que mais se aprimoraram nos últimos anos.
Ainda em relação ao procedimento cirúrgico, cabe ressaltar que as modernas técnicas de facoemulsificação permitem incisões mínimas, o que traz um pronto restabelecimento aos pacientes. Hoje é possível, porém, o uso do laser, que acrescenta maior segurança na realização do procedimento cirúrgico.
Por: Claudio Lottenberg
Presidente do Hospital Israelita Albert Einstein
Fonte: Veja.com/VIA BLOG DO YURI GOMES
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