Categoria recusou a proposta de reajuste oferecida pelo GDF nesta terça.
Ato simboliza número de homicídios e latrocínios ocorridos na atual gestão.
Após recusarem a proposta de reajuste oferecida pelo governo do Distrito Federal nesta terça-feira (6), policiais civis do Distrito Federal fixaram 1.073 cruzes brancas de madeira no gramado em frente ao Congresso Nacional. Segundo os manifestantes, o número representa a quantidade de vítimas de homicídio e latrocínio registrada desde janeiro de 2015, quando Rodrigo Rollemberg assumiu o governo local.
"Nós temos carregado esse fardo, essa cruz que é a segurança pública do Distrito Federal", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rodrigo Franco. De acordo com a entidade, entre janeiro de 2015 e agosto de 2016, foram mais de 50 mil roubos a pedestres no DF.
Durante o ato, três faixas da via S1 foram bloqueadas no trecho compreendido entre o Ministério do Planejamento e o Congresso Nacional, até que os manifestantes chegassem ao gramado onde as cruzes foram fixadas.
"Em memória às 1.073 pessoas que morreram durante o governo Rodrigo Rollemberg, nós fazemos esse ato", disse o presidente do Sinpol, durante discurso. Os policiais também fizeram um minuto de silêncio durante a manifestação.
A assembleia da categoria ocorreu nesta terça-feira em frente ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, na Esplanada dos Ministérios. Durante a reunião, além da recusa da proposta do GDF, foi aprovada a manutenção da operação-padrão.
De acordo com a nova proposta de reajustes salariais apresentada pelo governador, percentuais entre 8,5% e 4,5% seriam repassados aos agentes e delegados entre 2017 e 2021.
A categoria pede equiparação imediata com a Polícia Federal, que já concluiu a negociação salarial com o Ministério do Planejamento. A proposta atual feita pelo Palácio do Buriti aos policiais civis prevê 7% de aumento em 2017, 7,5% em 2018, 8,5% em 2019, 5% em 2020 e 4,5% em 2021.
O presidente do Sinpol, Rodrigo Franco, afirmou que a proposta "continua sendo um recuo e mantém a quebra da isonomia" com a Polícia Federal, uma vez que outra proposta do GDF -- de 7% em 2017, 10% em 2018 e 10% em 2019 -- já havia sido recusada.
Rombo de R$ 1 bilhão
O chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, disse ao G1 no dia 5 de agosto que o governo não tem dinheiro em caixa e que, para dar aumento aos policiais, terá que cortar em outras áreas. Segundo ele, o Buriti ainda precisa encontrar R$ 1 bilhão para fechar as contas de 2016.
O chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, disse ao G1 no dia 5 de agosto que o governo não tem dinheiro em caixa e que, para dar aumento aos policiais, terá que cortar em outras áreas. Segundo ele, o Buriti ainda precisa encontrar R$ 1 bilhão para fechar as contas de 2016.
"O que resta para o restante da cidade é insuficiente. A população precisa entender que, se formos conceder esse reajuste, o governo terá que tirar por meio de arrecadação de impostos ou cortando serviços, como medicamento dos hospitais, manutenção de equipamentos hospitalares", declarou.
Dos R$ 32 bilhões que constam no orçamento do GDF para 2016, R$ 26,2 bilhões serão destinados à folha de pagamento, entre salários e benefícios e sem contar os terceirizados, que entram no cálculo de custeio. O valor corresponde a 85% do total do orçamento.
Como parâmetro, Sampaio cita que a Lei de Responsabilidade Fiscal "trava" o gasto com pessoal em 47% . "No DF, 81% de tudo que o que é arrecadado é pago com folha de pessoal. É uma situação de inviabilidade econômica do Estado. Não há mágica a se fazer nessas condições", diz.
Sampaio também disse que o ponto dos policiais civis que aderirem às paralisações programadas pela categoria será cortado. Segundo ele, os policiais oferecem "serviços peculiares" e, por isso, não podem fazer greve.
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