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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

O SETOR DE TURISMO ABRE POTENCIAL DE NEGÓCIO PARA AGRICULTURA FAMILIAR.

Possibilidade está sendo testada na maior feira de turismo do país

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil  São Paulo
A inserção do turismo nas práticas da agricultura familiar brasileira proporciona uma expansão e desenvolvimento dos negócios dos produtores familiares. A atividade turística ajuda ainda na divulgação dos produtos e no contato direto com o consumidor para comercialização, que é considerada um dos gargalos da produção da agricultura familiar.Resultado de imagem para imagens da agricultura familiar
imagens cedida pela internet
Para o secretário especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) do governo federal, Jefferson Coriteac, o turismo no Brasil é um setor que tem muita ainda a ser explorado e, segundo ele, a agricultura familiar tem um potencial no âmbito não apenas do turismo rural, mas da gastronomia. “O Brasil tem um grande potencial para crescer e nós que trabalhamos com agricultura familiar, com os agricultores familiares, entendemos que o crescimento do Brasil passa pela agricultura familiar”, disse.

Esse potencial está sendo testado com a participação de dez expositores da agricultura familiar na 46ª Feira da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav Expo), evento que prossegue até sexta-feira (28) na capital paulista. A presença da agricultura familiar na feira, considerada a mais tradicional do setor de turismo no país e a maior do segmento na América Latina, está sendo apoiada pela Sead e pelo Ministério do Turismo.
“A agricultura familiar tem que ser muito divulgada. Hoje, 70% do alimento que vai para a mesa do trabalhador [brasileiro] vem da agricultura familiar. Tem tudo a ver, a divulgação da agricultura familiar com a divulgação do turismo”, acrescentou. Ele destacou que há diversidade da produção familiar distribuída por todas as regiões do país, pelos diferentes biomas.
“Nós precisamos divulgar nossos produtos, nossos agricultores familiares precisam abrir o mercado, precisam vender seus produtos, não adianta só o governo federal dar condições para ele produzir mais, facilitar a compra, facilitar a produção, mas se ele não tiver a comercialização que é um dos gargalos da agricultura familiar. O turismo é mais um mercado que nós estamos abrindo, mais uma trincheira que nós estamos abrindo, e o nosso agricultor familiar tem um canal de venda para seu produto”, disse o secretário.

Roteiro turístico

O agricultor Ricardo Edson Fritsch, que integra uma cooperativa criada em 2004, avalia que o turismo agrega valor à produção e ajuda no desenvolvimento econômico da agricultura familiar. Os cooperados desenvolveram o roteiro Sabores e Cafés da Colônia no interior de Rio Grande do Sul, a 80 quilômetros da capital Porto Alegre, em que o turista pode conhecer a produção familiar de geleias, pães e cervejas, além de artesanato e atividades em meio à natureza.
“Com isso [a aliança entre turismo e agricultura familiar], o agricultor melhora a propriedade, vai evoluindo, aperfeiçoando a propriedade para receber o turista. O turismo ajuda a desenvolver, ajuda a sustentar”, disse Fritsch. “Hoje, o filho do agricultor não faz só ensino médio, ele vai para o ensino superior e tudo tem custo. O filho do agricultor também tem celular, notebook, tudo isso tem custos. Essas melhorias não são luxo, isso o agricultor também tem direito, isso ele só consegue com renda e o turismo faz isso acontecer”, avaliou.
O agricultor destacou que o desenvolvimento da agricultura impulsionado pelo turismo faz com que os jovens se mantenham na produção rural. “Esse é o nosso grande desafio hoje, o envelhecimento na agricultura. Com isso [desenvolvimento], os jovens ficam, porque eles conseguem perceber que alguma coisa está acontecendo, porque o pai dele tem uma outra visão de mercado, tem uma outra visão de produção”.
“Hoje, os agricultores são levados a escolas para darem palestra ou somos visitados pelas escolas porque nós somos os inovadores, o que vem despertando aos nossos filhos o interesse maior em ficar na propriedade. Estamos mostrando [para meu filho de 14 anos] que existe essa possibilidade e que ela é rentável”, contou.
Edição: Davi Oliveira

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