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terça-feira, 7 de novembro de 2017

ESPERA POR EXAME DE DNA NO LACEN PODE DURAR MESES.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) é o único equipamento público que realiza esse tipo de teste

Fonte:DN/Cidade

O processo de solicitação de exames no Lacen pode ser realizado através da Defensoria Pública do Estado ( Foto: Lucas de Menezes (20/5/2015) )
 por Nícolas Paulino - Repórter
No registro de nascimento, duas linhas são destinadas à filiação. Porém, nem toda criança possui o registro completo. Para garantir o direito, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) realiza exames de DNA para teste de paternidade, atendendo a famílias de Fortaleza e do Interior do Estado. Contudo, a espera pelo exame e pelos resultados chega a durar meses. Atualmente, segundo a Defensoria Pública do Estado, há exames agendados para julho de 2018.
Há exatos quatro meses, a administradora de empresas Ana Grasiela Gomes, 35, aguarda o teste. Contudo, o prazo para recebimento informado pelo Lacen não é nada animador: março de 2018. "Quando liguei para lá, descobri que eles ainda estão entregando resultados de dezembro de 2016", conta.
Enquanto isso, o filho, de um ano e quatro meses, permanece apenas com o nome dela na certidão de nascimento.

"Estou arcando sozinha com despesas que deveriam ser minhas e do pai dele", indigna-se Grasiela. Segundo ela, o ex-companheiro se esquivou quando do anúncio da gravidez. A administradora ainda se ofereceu para pagar um exame de paternidade na rede particular, mas ele recusou. Ao registrar legalmente a criança, o cartório emitiu um aviso à Justiça, que foi responsável por notificar o suposto pai.
O processo de solicitação de exames no Lacen pode ser realizado através da Defensoria Pública do Estado, pelos Núcleos de Mediação e de Justiça Comunitária, por Varas de Família e pelos Conselhos Tutelares. Mensalmente, em média, 80 famílias vulneráveis social e economicamente procuram o Núcleo da Central de Atendimento da Defensoria em busca da realização do exame.
No entanto, segundo a coordenadora das Defensorias da Capital, Natali Pontes, a Instituição só pode solicitar dois exames mensais. Até dezembro de 2016, eram oito encaminhamentos para o mesmo período. "Hoje, a fila está para julho de 2018. É algo que foge ao nosso controle porque o Lacen é o único equipamento público que faz esse teste", afirma.
Na rede particular de Fortaleza, o exame custa até R$400 e pode ser entregue de três a 15 dias úteis. Uma recomendação da Defensoria e do Ministério Público Estadual, encaminhada ao Lacen, em julho, estipulou que o Laboratório recebesse solicitações sem limite de quantidade e exclusivamente das duas instituições.
Celeridade
Além disso, o documento pedia que as solicitações pendentes de resultado fossem regularizadas, a fim de dar celeridade à fila de espera dos processos judiciais e às demandas extrajudiciais, principalmente em ações de pensão alimentícia para menores de idade. "Normalmente, quem quer esse benefício não tem o reconhecimento da paternidade. Isso inviabiliza qualquer procedimento. A maioria entra com uma ação que poderia ser evitada", defende Natali. A reportagem entrou em contato com o Lacen, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.
Fique por dentro

Como se chega ao resultado final do teste?

Normalmente, é realizada a coleta de uma pequena amostra de sangue da mãe, do filho e do pai. Noutros casos, o teste também pode ser feito através de amostra de células bucais (boca, bochecha e saliva) coletadas através de um kit. Após o resultado da análise e do cruzamento de informações obtidas através destas amostras, é verificada a probabilidade de paternidade do suposto pai ou maternidade da suposta mãe.

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