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segunda-feira, 22 de maio de 2017

CASTELÃO DE FORTALEZA-CE DE INCERTEZAS.

Futuro da maior praça esportiva do Estado fica em questão depois que os clubes migraram para o Presidente Vargas

Fonte:DN/jogada

Estádio Castelão já foi cenário de grandes festas do futebol cearense ( FOTO: KIKO SILVA )
 por Irailton Menezes - Repórter
Palco dos grandes espetáculos do futebol cearense, a Arena Castelão vive um novo dilema: a falta de jogos dos maiores clubes do Estado (Ceará e Fortaleza). As duas equipes optaram por migrar para o Estádio Presidente Vargas (PV), que voltou a ficar disponível para receber partidas oficiais, sob o argumento de que o equipamento localizado no bairro Gentilândia não correria o risco de gerar prejuízos, como os que aconteceram no início desta temporada, quando a média de público do Campeonato Cearense foi abaixo da média.
Mas o que esperar, então, de um Estádio que foi totalmente reformado para receber uma Copa do Mundo e que agora seria, na teoria e entre outros aspectos, um avanço em termos de tecnologia, padrão e conforto para o torcedor? A reportagem do Diário do Nordeste conversou com dirigentes, cronistas e a Luarenas, que administra o Castelão, sobre o quadro atual e as possíveis saídas para que a maior praça esportiva do Estado volte a receber grandes públicos, a exemplo do que foi a decisão da Copa do Nordeste de 2015, entre Ceará e Bahia, e o jogo valendo o acesso do Fortaleza, em 2016, contra o Juventude, onde o equipamento recebeu quase 64 mil torcedores.

O primeiro clube a decidir por deixar a Arena foi o Ceará, que passou a mandar seus jogos pela Série B do Brasileiro no PV. Conversamos com o vice-presidente do Alvinegro, Raimundo Pinheiro, que justificou a mudança, mas não descartou um possível retorno mediante adequações a serem realizadas pela atual gestão da Luarenas. "São vários fatores que nos levaram a mudar. Pensamos juntos e consideramos que tem momentos que o Castelão dá prejuízo e temos que ser realistas. Neste momento é melhor o Presidente Vargas. Agora, é bom que se diga que o Castelão não está descartado. Por exemplo: uma das coisas é o preço do estacionamento e da alimentação, que hoje são muito altos. São alguns pontos que a gente acha que afasta o torcedor e por isso devemos pensar com muito critério em mandar jogos no Castelão", explicou o dirigente do Ceará.
Custo alto
Comentarista da Rádio Verdes mares e da TV Diário, Wilton Bezerra avalia que a situação é preocupante e vem se desenhando desde a reforma do estádio para a Copa de 2014. "Em primeiro lugar é preciso dizer que os grandes estádios para a Copa do Mundo no Brasil acabaram se tornando problemas. Eles viraram elefantes brancos, todo mundo sabe. Revelou-se depois um problema muito sério, porque esses equipamentos tem um custo absurdo nas suas manutenções. Para se ter uma ideia, como exemplo, só o Flamengo deu algo em torno de R$ 7 milhões para o Maracanã na Libertadores. Em segundo lugar, os estádios, como as federações e a CBF, tudo isso só existe em função dos clubes e esses eu acho que são penalizados. Se os clubes reclamavam há um tempo atrás das cotas cobradas por várias entidades, imagine com esse alto custo dos estádios. Vejo com muita preocupação e os times tem razão, pois a situação é difícil. Você pagar para jogar não dá. Criou-se um problema muito sério", considerou.
Ausência
Fato preponderante, na opinião do cronista e especialista em marketing esportivo Gualber Calado é a incompatibilidade entre o modelo adotado e o público frequentador. "É com muita tristeza que temos hoje um dos mais belos equipamentos esportivos do Brasil e com certeza um dos mais subutilizados devido os desmandos de gestões administrativas que não tem em sua cartilha de clientes os ex-geraldinos (que frequentavam a antiga geral - com preços populares) e que por estratégias mal elaboradas de marketing esportivo não contemplam os espaços vazios com alternativas inteligentes".
Já o presidente do interino do Fortaleza, Marcelo Desidério, considera que tem que haver um entendimento entre as partes (clubes e arena) para que isso não traga consequências negativas no futuro.
"A administração da Arena Castelão tem que entender que ela não existe sem os clubes. Ela tem que rever seus posicionamentos, conceitos e pensar numa nova modelagem de negócio no relacionamento dela com os clubes. Este é o primeiro passo".
Reuniões
Em nota, a Luarenas informou que já teve uma reunião com o Ceará Sporting Club, que foi muito boa e já nesta semana irá se reunir com o Fortaleza. Disse ainda que, ao que tudo indica, em relação ao Ceará, já irá se definir em breve, já que os números da Arena e do PV são os mesmos e valor cobrado da Arena oscila entre 7% a 10% da renda do jogo, o equivalente ao cobrado do PV.
Por fim, ressaltou que comparado às outras arenas do mercado, a taxa de aluguel de campo é a mais baixa do País.
Mudanças
"Vejo essa situação com muita preocupação e os times têm razão, pois o momento é difícil. Pagar para jogar não dá"
Wilton Bezerra
Comenterista Rádio Verdes Mares e TV Diário
"A Arena tem que pensar numa nova modelagem de negócio, que influencie no relacionamento dela com os clubes da Capital"
Marcelo Desidério
Presidente interino do Fortaleza
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
"Quem move a máquina é a Classe C e D"
Gualber Calado, cronista e especialista em marketing esportivo
Quando o Estádio Governador Aderaldo Plácido Castelo - Castelão foi inaugurado em 1974, o futebol cearense vivia uma expectativa de finalmente ter um palco que pudesse vir acolher grandes jogos de futebol e com isso, o futebol cearense estaria numa nova Era, a Era dos grandes Clássicos do futebol brasileiro. O tempo encarregou de moldar o Estádio Castelão conforme a necessidade dos nossos times locais, principalmente Ceará e Fortaleza. O que jamais se imaginou há 43 anos atrás é que um dia após, reformas, ampliações, modernização e redimensionamento o Castelão agora tratado pelo mercado como Arena, se tornaria um grande "elefante branco". Ouço muito dizerem que a Arena Castelão "é longe... Que para ir ao estádio é uma viagem". A questão da distância depende do referencial, a cidade cresceu e quem mora numa determinada região pode ver o local como distante exemplo: da Barra do Ceará para o Castelão é realmente longe mas, quem mora em Messejana é bem melhor o Castelão que o antigo PV. Portanto é muito relativo. Entre tantos motivos estão: preços de ingressos, preços de estacionamento, acessibilidade, preços de alimentação, custos operacionais, necessidade de operadores do equipamento , etc. Acredito que Arena Castelão precisa popularizar-se para reverter está síndrome de que o Novo Castelão foi construído (reformado) para os ricos. E, todos nós sabemos que quem move a máquina do consumo é a Classe C e D assalariada. Nossos times, com muita incompetência dentro das quatro linhas, estão longe de enxergar melhores dias, e o nosso futebol hoje merece o estádio que tem! E o velho PV é o suficiente para as realizações deste fraco futebol.
jogada

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