Ação do Unicef visa reduzir o número de cesarianas. Cada semana de gestação é vital para mãe e bebê
Fonte:DN/vida
Embora não sejam considerados prematuros e aparentemente saudáveis bebês nascidos entre a 37ª e a 38ª semana de gestação, estudos demonstram que essas crianças são mais frequentemente internadas em UTI neonatal, apresentam problemas respiratórios, risco de mortalidade e déficit de crescimento. Tal condição está associada ao elevado número de cesarianas realizadas antes do trabalho de parto espontâneo.
Esse é o foco da campanha "Quem espera, espera", do Unicef pelo direito de nascer na hora certa. O objetivo é dar visibilidade ao tema e sensibilizar os brasileiros sobre a importância de esperar o trabalho de parto espontâneo.
Forma eletiva
A iniciativa é uma resposta ao elevado número de cesarianas no Brasil, que coloca o País em segundo lugar no mundo neste tipo de parto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em até 15% a proporção de partos por cesariana, ao passo que no Brasil esse percentual chega a 57%.
E mais. As cesarianas representam 40% dos partos realizados na rede pública de saúde, enquanto, na rede particular, 84% dos partos. Goiás (67%), Espírito Santo (67%), Rondônia (66%), Paraná (63%) e Rio Grande do Sul (63%) estão entre os estados com maior percentual. Segundo estudos, grande parte das cesarianas ocorre de forma eletiva, sem fatores que justifiquem a cirurgia antes de a mulher ter um parto espontâneo.
Os benefícios do trabalho de parto espontâneo para a mulher e o bebê são incontestáveis. É nesse momento, por exemplo, que são liberadas substâncias que ajudam no amadurecimento final do organismo da criança, como o hormônio corticoide, que age no pulmão. Para a mãe, trabalho de parto ajuda também a liberar hormônios que vão prepará-la para a amamentação.
Bebê dá o alerta
"O trabalho de parto espontâneo é a única maneira 100% segura de saber que o bebê está pronto para nascer. Esse processo traz uma série de benefícios para a mãe e o bebê. Privá-los do trabalho de parto, por meio de cesarianas eletivas, pode gerar consequências negativas para a saúde de ambos", explica Gary Stahl, representante do Unicef no Brasil.
Diante do ainda crescente número de cesarianas, Stahl justifica que "garantir o direito ao trabalho de parto espontâneo é um dos desafios atuais do Brasil para assegurar a sobrevivência e a saúde de mulheres e seus bebês".
Afinal, a forma mais precisa de saber se uma criança está pronta para nascer é esperar que ela mesma dê o alerta. Quando o bebê está pronto, o trabalho de parto se inicia de forma espontânea.
Natural
"Os direitos de cada criança começam - e devem ser garantidos - antes mesmo do nascimento"
Gary Stahl
Representante do Unicef no Brasil
Representante do Unicef no Brasil
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