Newsbeat
Lembra do jogo da "cobrinha"? Muita gente não consegue esquecer.
A saudade do velho "tijolão" é tamanha que, desde as últimas semanas, pipocam rumores sobre um suposto relançamento do icônico Nokia 3310.
O eventual retorno do aparelho, conhecido pela carapaça forte e pela bateria de longa duração, ouriçou usuários na faixa dos 30 e poucos anos. Mas os mais jovens se surpreenderam: num mundo repleto de Androids e iPhones, não parece estranho que alguém queira um celular de 17 anos de idade?
Para especialistas, há, sim, espaço no mercado para o aparelho. Mas, em tempos de internet, o interesse do público dependerá de atualizações.
A boataria ganhou proporção tamanha que o programa Newsbeat, da BBC, decidiu conversar com a Nokia sobre o tema.
A resposta, porém, foi um balde de água fria. "Apesar de ficarmos tão animados quanto todo mundo para ouvir novidades, nós não comentamos rumores ou especulações", limitou-se a dizer um porta-voz.
Público-alvo
Afinal, quem quer um celular vintage?
"Acredito realmente que minha avó poderia usar um 3310, mas ela não saberia nem por onde começar com um iPhone ou um Android", disse Alistair Charlton, editor de tecnologia interina do site IB Times, ao Newsbeat.
"Você poderia levar seu celular de R$ 80 a um festival e deixar em casa o iPhone caro, com tela de vidro", acrescentou.
"Mochileiros e afins também gostariam de um aparelho forte, barato e com bateria de longa vida."
Muitos donos de smartphones reclamam da durabilidade de suas baterias - e este poderia ser o principal apelo para novos usuários do velho aparelho.
"O interesse no 3310 nos mostra que o tempo útil da bateria ainda é uma das maiores preocupações dos consumidores, que não é bem resolvida por alguns smartphones, como o iPhone", diz Elizabeth Varley, fundadora e CEO da comunidade de tecnologia TechHub.
O mundo pop parece estar atento a essa nostalgia. Não faz muito tempo que a cantora Adele apareceu em seu vídeo para a música Hello, do fim de 2015, segurando um celular retrô. E outras celebridades, como Rihanna, foram flagradas com aparelhos similares na vida real mesmo.
Na época, a imprensa especializada noticiou um crescimento na procura por telefones antigos. A principal razão, além do "hype", seria segurança - sem internet, grampos e clonagens são mais difíceis.
SMS?
O editor de tecnologia Alstair Charlton defende o escritor Evan Blass, do site VentureBrat, que lançou os rumores sobre a volta do 3310.
Ele o descreve como um "famoso caçador de novidades sobre tecnologia, normalmente preciso em suas previsões".
Mas Alstair também lembra que, para alcançar sucesso no mercado atual, a Nokia precisará atualizar as ferramentas básicas do 3310.
"Nós não nos comunicamos mais por telefonemas e mensagens SMS como fazíamos naquela época", diz.
"Mas se o 3310 ganhar internet e acesso ao WhatsApp e ao Facebook Messenger, talvez ganhe espaço."
Elizabeth Varley, em contrapartida, não acredita que o futuro da Nokia seja construído a partir de modelos do passado.
"Para competir de verdade, inovação é a chave."
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