FONTE:DN, por Adriano Queiroz
O governador Camilo Santana (PT)afirmou que não se responsabilizará, “caso aconteça um colapso de água no Estado do Ceará. A responsabilidade será do governo federal, que não tem ouvido o governador e a sociedade”.
O petista referia-se à paralisação das obras de transposição de águas do Rio São Francisco, em trecho que liga Pernambuco à cidade cearense de Jati (a 525 km de Fortaleza), que aconteceu em meados de julho. “Essa obra não era para ter sido paralisada, era para ter sido contratada emergencialmente. É claro que não estamos em situação de calamidade, no momento, mas poderemos estar caso essa obra não seja concluída até maio do ano que vem “, disse Camilo.
“Se não chover nós vamos ter um problema seríssimo porque não temos onde buscar água para atender um sexto ano seguido de seca”, acrescentou o governador. Camilo afirmou ainda que pediu uma nova audiência com o presidente da República Michel Temer e lembrou reuniões que teve, em Brasília, no dia 26 de outubro, com representantes da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e com o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, para tratar do tema da crise hídrica no Ceará e no Nordeste, como um todo.
O petista alertou que até 4 milhões de pessoas que dependem das águas do açude Castanhão (que hoje tem apenas 6% de sua capacidade total armazenada) podem ser afetadas pela falta de água a partir do segundo semestre de 2017, caso a obra não seja concluída. “É a coisa mais urgente hoje. O governo federal tem que olhar para o Nordeste brasileiro”, defendeu.
Plano Estadual de Cultura
As declarações foram dadas, em cerimônia de lançamento do Plano Estadual de Cultura, no Theatro José de Alencar, no centro de Fortaleza, quando foi anunciada também a destinação de pelo menos 1,5% do orçamento do Estado para investimentos em programas culturais. Na solenidade, ele também anunciou a lei de criação da Medalha José de Alencar da Ordem do Mérito Cultural Cearense e o aumento de 60 para 80 Mestres da Cultura.
Situação fiscal
Camilo Santana também tratou, em entrevista coletiva concedida na manhã deste sábado (5), da situação fiscal do Ceará, em um contexto de crise e cortes de gastos na maioria dos Estados, notadamente o Rio de Janeiro.
“A gente tem feito uma gestão com muita austeridade, cortando onde é possível, desde que não prejudique os serviços. O Estado foi considerado o terceiro em melhor situação fiscal, por conta dessa austeridade. O Ceará também foi o terceiro do País que mais investiu recursos públicos”, avaliou o governador.
Retomando o tema da cultura, o governador disse que apesar do contexto de limitação de recursos estaduais e federais, “nós temos vários projetos de equipamentos culturais no Interior, na Capital e na Região Metropolitana. A alternativa que temos apostado agora é buscar financiamentos, já que o Estado tem a capacidade de atraí-los para que a gente possa investir nessa área e honrar os compromissos que assumimos durante a campanha”.
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