Procedimento inédito usou a membrana do peixe para reconstruir o canal vaginal de mulher, que teve os tecidos do órgão sexual fechados após tratamento contra câncer
Fonte:DN/Por Felipe Mesquita, felipe.mesquita@verdesmares.com.br
Laboratório de Cicatrização da UFC é o responsável por realizar o processo de preparação da pele de tilápiaFoto: Natinho Rodrigues
Com apenas um ano de casada, a professora Elisane Gusmão foi diagnosticada com câncer genital. Era abril de 2009. Um sangramento durante o ato sexual foi o primeiro sintoma que a fez procurar um médico. O profissional indicou sessões de radioterapia e braquiterapia. Contudo, após o término do tratamento, uma outra surpresa nada agradável: os tecidos da sua cavidade vaginal haviam sido fechados, o que a impediria de menstruar e ter relações. Este foi o início de uma saga árdua em busca da cura que a trouxe quase dez anos depois da descoberta da enfermidade ao Ceará, pioneiro em reconstrução do canal vaginal com pele de tilápia.
Elisane, 41, é natural de Medina, no Vale do Jequitinhonha (MG). Muito antes de desembarcar em Fortaleza, percorreu inicialmente o Sudeste do País. Como numa peregrinação, de hospital em hospital, a educadora seguia para cada consulta movida pela "fé e a esperança" de reverter o quadro de saúde.